quinta-feira, 30 de abril de 2020

QUEM SOMOS NÓS ??

Somos um grupo de estudantes da Universidade do Grande Rio, cursando Pedagogia. 
Nosso intuito é conversar sobre diversos temas relacionados à educação. 
Bem vindos ao nosso blog '' Amo Ensinar "



terça-feira, 28 de abril de 2020

UMA CRÍTICA AO ATUAL MODELO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM


Em meio a tantos obstáculos que contrapõem a melhoria da qualidade na educação, temos em destaque a avaliação como uma poderosa ferramenta aliada do professor. Claro...se usada da forma adequada no processo de ensino-aprendizagem.
 Partindo desse ponto, é de extrema importância repensar o que de fato significa a avaliação da aprendizagem no contexto escolar e de que forma podemos direcionar a melhoria do ensino a partir de tomadas de decisões bem desenvolvidas. Para que isso ocorra é preciso repensar o objetivo da avaliação e suas aplicabilidades.
Luckesi (2005), afirma que “o papel da avaliação é diagnosticar a situação da aprendizagem, tendo em vista subsidiar a tomada de decisão para a melhoria da qualidade do desempenho do educando. Nesse contexto, a avaliação, segundo o autor, é processual e dinâmica. Na medida em que busca meios pelos quais todos possam aprender o que, é, antes de tudo, um ato democrático. ”
Dessa forma, a avaliação de aprendizagem deveria se dar de forma contínua ao longo do ano escolar, de forma cumulativa com ênfase na qualidade e não somente na quantidade dos resultados obtidos tão somente através de um pequeno recorte dentro de um tempo mínimo se comparado a totalidade da exposição de conteúdo.
Contudo, até o atual momento, de que forma a avaliação tem sido vista? Como ferramenta de aprendizagem ou de tortura? Mensura a capacidade de aquisição e absorção do conteúdo do educando ou revela, também, a falta de mecanismo de aprendizagem do Educador? Isso, também, precisa ser analisado.
FIGURA 1                                                       FIGURA 2
As figuras 1 e 2, demonstram a tensão provocada nos momentos de testes, provas ou qualquer outra forma de avaliação, de modo cômico e, ao mesmo tempo irônico pelos educandos.

Uma das formas como os estudantes modernos tem lidado com as situações traumatizantes da avaliação da aprendizagem tem sido através da conversão do medo em bom humor e piada através da criação de “memes” que demonstram (na figura I e II) o sentimento da maioria dos alunos.
Ao perceber o alcance de tais postagens e a quantidade de compartilhamentos de tais páginas é possível confirmar que, de fato, a maioria de nossos alunos se sentem sob extrema pressão durante o processo de avaliação. Eles desconhecem o sentido correto e o objetivo de estarem sendo avaliados.
   “Podemos entender a avaliação da aprendizagem escolar como um ato amoroso, na medida em que a avaliação tem por objetivo diagnosticar e incluir o educando pelos mais variados meios, no curso da aprendizagem satisfatória, que integre todas as suas experiências de vida” Luckesi, (1999)
Tendo como base a afirmação do autor é que podemos então perceber o abismo que separa o que deveria ser a avaliação da aprendizagem do que vemos ser aplicado ano após ano em nossas salas de aula, Brasil afora.
A avaliação não deveria ser vista como um fim em si mesma, como um simples resultado a ser alcançado, mas sim como ferramenta de aprendizagem mútua do aluno e do professor. A avaliação por si só não resolve o problema da educação, longe disso, aplicada de maneira equivocada é capaz de piorar.
Somente quando a avaliação for vista da maneira certa pelos alunos, através da aplicação correta pelos professores, é que será possível colher os seus frutos através da reflexão de tal prática, diagnosticando e tornando possível a tomada de decisões e redirecionamento do processo ensino-aprendizagem.
Pode se concluir que é impossível, a partir da reflexão sobre as práticas avaliadas, perceber quantas ações contribuem para a exclusão de vários jovens e crianças nas escolas. Essas ações são cruéis pelas inflexibilidades e pelo desligamento do contexto dos estudantes. Podemos também perceber, através desses questionamentos, que é preciso refletir sobre a importância da avaliação na escola, para que no futuro ela não seja apenas encarada como um mal necessário, mas como oportunidade para a construção do conhecimento. O objetivo não é eliminar a avaliação, mas usá-la de forma correta.

REFERÊNCIAS
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: compreensão e prática. Entrevista concedida ao Jornal do Brasil e publicada em 21 jul. 2000. Disponível em: http://www.luckesi.com.br/textos/art_avaliacao/art_avaliacao_entrev_jornal_do_Brasil2000.pdf. Acesso em 28 abril 2020
CAVALCANTI, Leidijanne. O papel do pedagogo frente à aprendizagem e o processo de avaliação. Disponível em: https://m.monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-papel-pedagogo-frente-a-aprendizagem-processo-avaliacao.htm. Acesso em 28 abril de 2020

AVALIAÇÃO ESCOLAR


Na era de tantos avanços tecnológicos em que estamos a vivenciar, o ensino apresenta-se com maiores exigências no que se refere à qualidade, fazendo da avaliação escolar uma temática muito relevante, visto que a mesma ainda se apresenta de forma artificial, classificatória, excludente, julgadora e sem objetivos coerentes no processo pedagógico de muitas instituições escolares.
A avaliação escolar, em sentido amplo, deve contribuir para diagnosticar a situação da aprendizagem em que o educando se encontra, qualificando seu desempenho, reforçando o que ainda não aprendeu,  de forma que  esse educando sinta que é avaliado ao mesmo tempo em que o professor trabalha de forma coerente e consciente oferecendo meios para orientar cada educando a uma aprendizagem de qualidade e significativa, pois de acordo com Luckesi (1996) “avaliar significa identificar impasses e buscar soluções”.
A avaliação deve estar voltada para a  forma contínua, para a qualidade e não para a quantidade, focando mais no sucesso do que na reprovação como podemos observar na Lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), quando trata da avaliação na Educação Básica, no Artigo 24, inciso V, diz: “A verificação do rendimento escolar observará o seguinte item: a) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, e dos resultados ao longo do período sobre o de eventuais provas finais.
A avaliação é essencial a educação e deve estar associada a gestos de amor, de forma democrática, significativa e inclusiva com o intuito de trazer todos para o processo pedagógico conforme Paulo Freire cita em suas concepções de avaliação.
“A avaliação é a mediação entre o ensino do professor e as aprendizagens do professor e as aprendizagens do aluno, é o fio da comunicação entre formas de ensinar e formas de aprender. É preciso considerar que os alunos aprendem diferentemente porque têm histórias de vida diferentes, são sujeitos históricos, e isso condiciona sua relação com o mundo e influencia sua forma de aprender. Avaliar, então é também buscar informações sobre o aluno (sua vida, sua comunidade, sua família, seus sonhos...) é conhecer o sujeito e seu jeito de aprender”.
Para que o modelo atual de avaliação seja modificado, se faz necessário adaptar o sistema de ensino vigente, para que cada ser seja ensinado e avaliado não apenas de uma única forma, mas avaliado de diversas formas, pois o essencial não é definir notas adquiridas em exames e sim definir conhecimentos.

REFERÊNCIAS
LUCKESI, C.C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo, Cortez, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996